E no meu corpo, tudo dói.
Algumas dores são físicas, outras são psicológicas. Meu ombro dói, meu pescoço dói, meus braços doem, minhas costas doem. Inflamação número 1. Minha axila dói. Engraçado pensar nisso. Começou com alergia na pele, e agora dói embaixo dela. O medo e a possibilidade de câncer são reais.
Meu coração dói. Sem descanso, sem bater tranquilo. Minha cabeça dói. Muitas horas de sono perdidas em um esforço de ir bem nos estudos. E não adiantou nada.
Meu corpo inteiro dói. Dói por dentro e por fora. Dói em saber que em pouco tempo não sei como ficarei, dói por não ter dinheiro para me distrair, dói mais ainda por nem ter tempo para me distrair. Dói porque sei que isso não vai acabar. Que essa tortura vai continuar. Que levantarei da cama todos os dias da semana para ir para longe, onde poucos me querem, onde pouca coisa me prende.
E cada dia que passa aumenta a dúvida. Devo largar tudo por um tempo para tentar me recuperar? Ou devo insistir mais um pouco, ser um pouco mais forte, me esgotar mais um pouco para no futuro poder descansar mais tranquila? E se eu insistir, será que eu aguento?
E cada dia que passa eu me pergunto se serei capaz de levantar da cama. Por todas as dores. Por todos os pesos que carrego, que pioram essas dores.
Vou conseguir?